Palavras são rasas. Palavras são ilusão. São menores que os fatos. São bonitas, mas nem tanto. Nem sempre.
afligem quando as esperamos.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
Parto Poético
É, eu pari.
Blá blá blá blá blá.
Sim, eu pari.
Ti ti ti tá tá tá.
Pari, e o mundo não soube.
Não bastaram os meus gritos, a minha dor e o meu esforço.
Não bastaram o suor, as lágrimas e até o amor retirados do corpo.
O mundo não se calou para sentir o parto, saber do parto.
Nada importa pra esse mundo de merda, só o seu próprio parto.
Pois é, eu pari algo único, gerado unica e exclusivamente por mim.
Isso é possível?
Sim, só eu fiz essa carne e osso imaginárias,
Esse projeto de cérebro e de coração.
Eu gerei e pari a minha poesia,
A minha filha. Só minha.
Logo, ela será desse mundo...
Ela vai se continuar por ele e nele, se definir nele, se espelhar e se espalhar nele, e reparar,
Que no fim das contas,
Ela veio dele.
Pena que minha filha não concluirá que seu nascimento só foi possível,
Por causa do calor do meu corpo,
Por causa dos calores desse meu corpo,
Corpo de mãe sempre quentinho, sempre cheio de calor.
Mãe de poesia sofre...
O momento do parto é um momento de grito
Mas ninguém ouviu
Ninguém quer saber da minha filha
Dessa minha criação
Da qual preciso me desapegar
Mas eu insisto nela e em outros partos,
Estou sempre engravidando
Ninguém quer saber da minha poesia.
Nos meus partos, estou sempre sozinha.
domingo, 25 de novembro de 2007
qual o seu sonho?
Assim que eu passar pela tua porta novamente, quando você for me abraçar de novo, daquele jeito que você abraça quando eu não te vejo há quase uma semana, quando você for perceber o meu olhar frente a sua carinha de olhinhos pra cima, ou frente ao seu sorriso mais espontâneo, ou ao seu discurso do-contra, quando você receber no ouvido de manhã enquanto dorme, o meu sussurro que diz que eu estou indo embora sem querer ir, quando eu tiver a próxima hesitação, na próxima vez que eu disser que eu estou sempre sozinha e que meus sonhos estão perdidos, na próxima vez que eu me calar quando algo me chateou, assim que eu terminar de falar um monte de coisas ao mesmo tempo na mais animada empolgação, assim que eu for acordada por você de madrugada de novo, ou assim que você me acordar no carro depois de eu ter dormido no caminho, logo depois de me fazer rir, de fazer cócegas, ou depois de fazer aquele barulhinho na minha barriga, logo após tomar banho comigo, ou depois de apertar minha perna e dizer "pernona", ao mesmo tempo em que der a mão para mim enquanto dirige, ou ao mesmo tempo em que me olha e eu também olho pra você que olha, na próxima vez que você me abraçar de noite fazendo uma concha, na próxima vez que você perceber que eu estou para responder, pergunta de novo pra mim, qual é o meu sonho.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Brigada com os sentidos do mundo
domingo, 18 de novembro de 2007
Cagando pro tempo
Palavras não ditas e rosas não dadas
Farei uma música pra você, sobre isso que não foi
Farei música da sombra da sobra que o vento soprou
Foi-se todo o Todo que nem sequer se deu em origem,
Não se fez em presente, só se fez no Se...
Se-paração da se-mente pripordial
Que plantou nosso ser
Aqui e ali
Em várias consciências
E fez brotar vários de nós, sempre divididos
Sempre outros
Sempre outros de nós
Sempre outros de nós em outros
Assim as consciências se reproduzem
Dessa beleza roubada dessa sombra levada
Resta todo esse resto
Tudo o que esse tempo gerou
Tudo que ele comeu e cagou
Tudo que ele comeu e cagou...
Somos nós
Comidos pelo tempo e resultado do tempo
Nós somos o próprio tempo
Que vai com o vento
[G.T. cooperando e coexistindo comigo]
Farei uma música pra você, sobre isso que não foi
Farei música da sombra da sobra que o vento soprou
Foi-se todo o Todo que nem sequer se deu em origem,
Não se fez em presente, só se fez no Se...
Se-paração da se-mente pripordial
Que plantou nosso ser
Aqui e ali
Em várias consciências
E fez brotar vários de nós, sempre divididos
Sempre outros
Sempre outros de nós
Sempre outros de nós em outros
Assim as consciências se reproduzem
Dessa beleza roubada dessa sombra levada
Resta todo esse resto
Tudo o que esse tempo gerou
Tudo que ele comeu e cagou
Tudo que ele comeu e cagou...
Somos nós
Comidos pelo tempo e resultado do tempo
Nós somos o próprio tempo
Que vai com o vento
[G.T. cooperando e coexistindo comigo]
Arte particular
A cada dia que passa
Mais eu enxergo as tuas cores
Aquelas que ainda não haviam aparecido
Aquelas que se recoloriram
E aquelas que se declaram para mim
De tão coloridas.
Tá tudo ficando tão lindo
A cada dia uma pincelada e outra
A entrar na nossa arte
Arte de conhecer o outro
Nossa arte particular
Arte tímida essa ainda
Não muito expressionista
Procurando ser realista
Tendo todo o cuidado parnasiano
Pra quê?
Só porque teme o fauvismo tão ousado do amor
Esse amor
Tão pós-moderno pra mim
Mas gosto desse gosto
Gosto de livro novo, cheirinho gostoso!
Cansei do romantismo
Não devia ter tentado tanto esse
Quando na verdade eu não passava
De uma naturalista ordinária
Mais eu enxergo as tuas cores
Aquelas que ainda não haviam aparecido
Aquelas que se recoloriram
E aquelas que se declaram para mim
De tão coloridas.
Tá tudo ficando tão lindo
A cada dia uma pincelada e outra
A entrar na nossa arte
Arte de conhecer o outro
Nossa arte particular
Arte tímida essa ainda
Não muito expressionista
Procurando ser realista
Tendo todo o cuidado parnasiano
Pra quê?
Só porque teme o fauvismo tão ousado do amor
Esse amor
Tão pós-moderno pra mim
Mas gosto desse gosto
Gosto de livro novo, cheirinho gostoso!
Cansei do romantismo
Não devia ter tentado tanto esse
Quando na verdade eu não passava
De uma naturalista ordinária
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Roendo unhas
Acordo às cinco e meia da manhã, quando ainda o céu é escuro e frio, e as ruas, assombradas das histórias de outras madrugadas.
A única coisa que motiva o meu corpo confuso com a gravidade fora da cama é a sua imagem, de barba por fazer, dorminhoco, preguicinha, cheio de dengo e voz quieta. Saber que poderei, um pouco mais tarde dali, fazer carinho nessa barba lisinha e ficar rindo (dentro de mim) dessa preguicinha. Daqui a pouquinho, falta um tantinho de minutos, mentira, faltam umas quatro horas, entre quilômetros de ruas e infindáveis aulas em que as pessoas fingem ensinar e outras fingem aprender.
Ouço música no carro. Tem uma que lembra você. Da nossa primeira noite.
Já falta menos tempo. Já faz três dias desde o último cochilo com preguicinha.
Nem pinto as unhas sabe, o que facilita o ato de roê-las. Eu devia pintar de vermelho.
Você não vem,e não liga para dizer, mesmo que baixinho e quietinho, que você não viria. Volto pelas mesmas ruas, com as mesmas músicas, com menos unhas e menos esperança. Isso que chamam de desapego pode até soar moderno para alguns, mas o acumular da falta - quando uma caixa é preenchida com tanta ausência - isso de se desapegar e de não procurar faz buraco no peito, faz a gente duvidar de um amor por vir e do meu amor que teima em se esconder e em se justificar nessa caixa vazia. Cada vez que tento me justificar para mim mesma, menos unhas. Cada vez que me faz perder vez. Perder tempo. Tudo é uma questão de preguicinha. Preguicinha de me deixar por perto. Mas aí você liga. Surpreendentemente, uma ligação quando tudo parece perdido - quando se está na tpm e sem unhas, tudo passa a ter uma tendência maior a se perder - perdido como os pedaços de unha que tirei e joguei no ar numa espécie de cuspe-sopro-que-não-chega-a-ser-cuspe. Sossego. Sua voz é quietinha, me acalma. Acalma o fato de sua voz ter me procurado. Voz. Pausas. Um Oi tudo bem?. Tudo. Pausa. Olho a unha deformada. O que deforma isso tudo é a ausência.
A única coisa que motiva o meu corpo confuso com a gravidade fora da cama é a sua imagem, de barba por fazer, dorminhoco, preguicinha, cheio de dengo e voz quieta. Saber que poderei, um pouco mais tarde dali, fazer carinho nessa barba lisinha e ficar rindo (dentro de mim) dessa preguicinha. Daqui a pouquinho, falta um tantinho de minutos, mentira, faltam umas quatro horas, entre quilômetros de ruas e infindáveis aulas em que as pessoas fingem ensinar e outras fingem aprender.
Ouço música no carro. Tem uma que lembra você. Da nossa primeira noite.
Já falta menos tempo. Já faz três dias desde o último cochilo com preguicinha.
Nem pinto as unhas sabe, o que facilita o ato de roê-las. Eu devia pintar de vermelho.
Você não vem,e não liga para dizer, mesmo que baixinho e quietinho, que você não viria. Volto pelas mesmas ruas, com as mesmas músicas, com menos unhas e menos esperança. Isso que chamam de desapego pode até soar moderno para alguns, mas o acumular da falta - quando uma caixa é preenchida com tanta ausência - isso de se desapegar e de não procurar faz buraco no peito, faz a gente duvidar de um amor por vir e do meu amor que teima em se esconder e em se justificar nessa caixa vazia. Cada vez que tento me justificar para mim mesma, menos unhas. Cada vez que me faz perder vez. Perder tempo. Tudo é uma questão de preguicinha. Preguicinha de me deixar por perto. Mas aí você liga. Surpreendentemente, uma ligação quando tudo parece perdido - quando se está na tpm e sem unhas, tudo passa a ter uma tendência maior a se perder - perdido como os pedaços de unha que tirei e joguei no ar numa espécie de cuspe-sopro-que-não-chega-a-ser-cuspe. Sossego. Sua voz é quietinha, me acalma. Acalma o fato de sua voz ter me procurado. Voz. Pausas. Um Oi tudo bem?. Tudo. Pausa. Olho a unha deformada. O que deforma isso tudo é a ausência.
Fábula da amizade livre
Ele, um doce cavalheiro de porte discreto.
Ela, uma dama fugitiva.
Ela foge do castelo para o bosque,
Ele empresta o seu cavalo.
Juntos compartilham os sons e os verdes
E se sensibilizam com a amizade de dois passarinhos
Tão leves, tão livres,
Que quando estão a voar
Brincam de cortar o caminho que o outro tenta desenhar no céu.
Logo o cavalheiro e a dama sincronizam suas risadas:
"Gosto muito de voar com você", disse a dama
E não foi preciso dizer mais nada.
Ela, uma dama fugitiva.
Ela foge do castelo para o bosque,
Ele empresta o seu cavalo.
Juntos compartilham os sons e os verdes
E se sensibilizam com a amizade de dois passarinhos
Tão leves, tão livres,
Que quando estão a voar
Brincam de cortar o caminho que o outro tenta desenhar no céu.
Logo o cavalheiro e a dama sincronizam suas risadas:
"Gosto muito de voar com você", disse a dama
E não foi preciso dizer mais nada.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Uma cor
Sei que você não está aí de bobeira. Tomemos uma cerveja? Uma só cerveja, só uma, daí prometo te levar à Paris. Clichês sempre funcionam, mesmo que patéticos, fisgam teu meio-sorriso desesperado por amor e vestido de contradições. Fisguei com mais um poema do Manoel de Barros e mais outro, e mais uns conceitos e algumas abstrações. Toquemos um pouco de música! Não se sinta mal, ele não está aqui. Você está perdida, sei que está... vou aproveitar e te orientar. Eu sou a tua placa e o destino dela. Diminua a velocidade, prestenção! Você em si já é um farol, me ilumina aqui... foque-me. Não vai embora cedo, ainda podemos dançar a noite toda. Você tenta me levar, se espalha em caos pelo espaço entre nós até absorver essa confusão de suores e me tirar do mundo, devorando. Você é a imagem menos perfeita da perfeição. Linda. Esconde isso, mostra isso. Marca o passo? nada. Inventa até eu me irritar com a sua imposição. Essa irritação é deliciosa, faz eu querer virar o jogo, fez de mim violento [impulsos]. O pulsar pulsa até... eu te jogar. Você cai pra trás, estica como uma bailarina, alonga, e volta, devagar...parece mágica. Você estava na palma da minha mão, santinha, pequenina. Mas eu queria cuidar dela. Quando menos percebi você era uma irmãzinha, uma protegida, um imperativo fraterno e belo, eu devia dar-lhe afagos. Passar a mão na cabeça, dar um beijo na testa, te desejar boa noite, cobrir-te. Faço isso, desisto daquele amor possível, daquela paixão avassaladora que compromete os corações desesperados e perdidos. Troco tudo por essa calmaria que se permite, se permite de vez em quando um gole e outro, ou uma dose bem densa, um desvio. Desvios diretos. No pensamento. Desvios na fala, desvios até ela. Dela até mim. A gente fica assim, desviando. Rios de meandro. Só às vezes. Só um pouquinho. Só um pouquinho dessa pequenina.
domingo, 11 de novembro de 2007
Sobre como eu me dou.
Ela ganhou um par de patins, tinha 7 anos e queria amar de verdade quando fosse mais velha. Morava na cidade grande, não havia lugar para ela andar de patins. Ela também sabia que quando fosse mais tarde não haveria lugar para ela amar. A cidade é grande, cinza, e as pessoas... passam. As pessoas passariam pelo amor dela.
Ela saiu para andar com aqueles patins pela primeira vez. Foi quando, pela primeira vez também, a cidade não estava cinza. Ela foi para um parque com o avô branquelo, um daqueles sujeitos que são das ciências exatas e que gostam de pintar, e de estudar sobre vinhos. Era um daqueles seres que uniam os dois hemisférios. Um senhor engenheiro que não se afastava das humanidades, dos sentimentos, das poéticas, e que por isso, não deixava de ouvir os sonhos de uma criança.
Sabe, ela não gostou. Tão desajeitada, tão gordinha, usava óculos e gostava quando papai botava música de adulto no som do carro. Ela também fazia poesias de cinco linhas e de muitos ecos. Sabe, andar de patins quando se é alguém medrosa é terrível. Você se rala, chora, cai, se decepciona, acha que não nasceu para a coisa. E com tantos outros se saindo bem ao redor dela... ela desistiu. Vovô levou ela para tomar sorvete cor-de-rosa.
Ela nunca mais andou de patins. Aquilo não era para ela. Ela não conseguia se dedicar a algo que a fazia perder o controle dos pés no chão. Ela gosta do tempo como ele é. Mentira. Aquilo tudo era medo de cair e de se ralar de novo. Não queria ser a gordinha que caiu de patins no parque, tão medrosa. Fora que os patins eram a moda do momento. Ela não foi feita para amores de momento. Ela só queria algo para amar sempre, em qualquer momento. Ela mandou um recado pro mar dentro de uma garrafa, ela queria salvar esse amor que ela temia não reconhecer em mais ninguém. Ela contou isso pro seu avô uns dois anos mais tarde, enquanto caminhava com ele na praia. Contou que sabia o segredo, como fazer um mundo melhor. Mas não contou que a solução era fazer viver o amor que ela temia não haver mais. Vovô ficou curioso, mas ela sabia que era só uma atuação dele, fingiu que estava interessado no que ela estava dizendo, afinal, era uma criança inspirada em contar uma grande ideia. Mas ela não se importou, ela tinha certeza que alguém ia ler o recado da garrafa.
Anos mais tarde, ela continuava amando, mas temendo não haver espaço para ela na cidade grande, onde as pessoas passam. Ela ainda espera pela resposta da garrafa.
Ela saiu para andar com aqueles patins pela primeira vez. Foi quando, pela primeira vez também, a cidade não estava cinza. Ela foi para um parque com o avô branquelo, um daqueles sujeitos que são das ciências exatas e que gostam de pintar, e de estudar sobre vinhos. Era um daqueles seres que uniam os dois hemisférios. Um senhor engenheiro que não se afastava das humanidades, dos sentimentos, das poéticas, e que por isso, não deixava de ouvir os sonhos de uma criança.
Sabe, ela não gostou. Tão desajeitada, tão gordinha, usava óculos e gostava quando papai botava música de adulto no som do carro. Ela também fazia poesias de cinco linhas e de muitos ecos. Sabe, andar de patins quando se é alguém medrosa é terrível. Você se rala, chora, cai, se decepciona, acha que não nasceu para a coisa. E com tantos outros se saindo bem ao redor dela... ela desistiu. Vovô levou ela para tomar sorvete cor-de-rosa.
Ela nunca mais andou de patins. Aquilo não era para ela. Ela não conseguia se dedicar a algo que a fazia perder o controle dos pés no chão. Ela gosta do tempo como ele é. Mentira. Aquilo tudo era medo de cair e de se ralar de novo. Não queria ser a gordinha que caiu de patins no parque, tão medrosa. Fora que os patins eram a moda do momento. Ela não foi feita para amores de momento. Ela só queria algo para amar sempre, em qualquer momento. Ela mandou um recado pro mar dentro de uma garrafa, ela queria salvar esse amor que ela temia não reconhecer em mais ninguém. Ela contou isso pro seu avô uns dois anos mais tarde, enquanto caminhava com ele na praia. Contou que sabia o segredo, como fazer um mundo melhor. Mas não contou que a solução era fazer viver o amor que ela temia não haver mais. Vovô ficou curioso, mas ela sabia que era só uma atuação dele, fingiu que estava interessado no que ela estava dizendo, afinal, era uma criança inspirada em contar uma grande ideia. Mas ela não se importou, ela tinha certeza que alguém ia ler o recado da garrafa.
Anos mais tarde, ela continuava amando, mas temendo não haver espaço para ela na cidade grande, onde as pessoas passam. Ela ainda espera pela resposta da garrafa.
Pagando pra ser.
Cada um paga o preço de ser o que é.
E eu prefiro parcelado, pra ir curtindo aos pouquinhos tudo o que posso ser.
E eu prefiro parcelado, pra ir curtindo aos pouquinhos tudo o que posso ser.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Queria saber assobiar, só de farra, apesar do meu francês estar fraco. Nunca gostei muito de Lobão, mas adoro festa junina e seus docinhos. A lua me fascina, as estrelas mais ainda, sendo que eu nunca gostei de receber rosas - elas são mórbidas, sei lá- mas amo tentar fazer poesia. Gosto de pessoas, e também dos animais, cara, só que eu sou uma pedrinha dormindo, não acordo de jeito nenhum. Dançar é catártico, e é por isso que tomo suco de clorofila com menta. Fotografias são as pinturas de uma nova Era, e eu tenho um Eu-etílico chamado Ana Cecília. Sempre faço amizade com pipoqueiros de rua, jornaleiros, leiteiros, garçons e é por isso que eu não assino a Época. Eu gosto de arte, é, talvez nunca tenha tido medo do escuro, nem quando criança. Criança, que palavra mágica. Como gosto de criança, e não só num sentido romântico, ora bolas, não sou tão fã de sorvete. Carinhos, sorrisos, e todas as cores que a vida dá, junto tudo no bolso da calça quando eu posso, misturo sem querer com a embalagem que ficou lá do bombom já comido para que as coisas fiquem com cheirinho de chocolate. Se deixar falo mais, falo pouco? falo muito? SINTO demais. Mas no fim, adoro elas, as palavras...palavras, o que são elas...
domingo, 12 de agosto de 2007
Um ser, a luz, e o vermelho.
Fleetwood Mac- Gipsy
So I'm back...to the velvet underground
Back to the floor....that I love
To a room with some lace and paper flowers
Back to the gypsy...that I was...to the gypsy...that I was...
And so it all comes down to you
Well you know that it does, well....
Lightning strikes, maybe once, maybe twice
Oh...and it lights up the night
And you see your gypsy....
You see your gypsy.....
To the gypsy...that remains....
Faces freedom...with a little fear....
I have no fear....I have only love
and if I was a child...and the child was enough.....
Enough for me to love....
Enough to love..... (continua)
Identifico-me muito com essa música... de vez em quando, sabe, volto a ser cigana...
Sofro ao pensar no futuro. Difícil explicar. E vejo o amor muito vermelho, mas só vermelho.
Acho que só uma pessoa será capaz de entender isso que eu estou dizendo, a respeito do "ser vermelho".
Você, nesse momento, é luz, para mim. Mas tudo é tão vermelho...
Quero me entender com você.
Te adoro.
So I'm back...to the velvet underground
Back to the floor....that I love
To a room with some lace and paper flowers
Back to the gypsy...that I was...to the gypsy...that I was...
And so it all comes down to you
Well you know that it does, well....
Lightning strikes, maybe once, maybe twice
Oh...and it lights up the night
And you see your gypsy....
You see your gypsy.....
To the gypsy...that remains....
Faces freedom...with a little fear....
I have no fear....I have only love
and if I was a child...and the child was enough.....
Enough for me to love....
Enough to love..... (continua)
Identifico-me muito com essa música... de vez em quando, sabe, volto a ser cigana...
Sofro ao pensar no futuro. Difícil explicar. E vejo o amor muito vermelho, mas só vermelho.
Acho que só uma pessoa será capaz de entender isso que eu estou dizendo, a respeito do "ser vermelho".
Você, nesse momento, é luz, para mim. Mas tudo é tão vermelho...
Quero me entender com você.
Te adoro.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Os nossos elementos
A paixão é o fogo. A razão é a terra, o chão. O amor é um mar aberto de infinitos horizontes. E a vida é o vento que passa por eles.
Prazo de validade.
Previsão, previsão, porque você existe?
A angústia sob o futuro poderia ser neutra, mas ela tem uma cor berrante, encomoda os olhos. Não queria prever, mas ao mesmo tempo queria, só que esse querer traz medo, o que eu não queria.
Querer ou não querer? eis a questão.
Previsão- o querer- questão.
O que queremos?
Saber do futuro antes, para querer algo agora. A segurança da previsão. Futuro- antes- agora. Futuro, passado, presente. O que é o tempo quando não se prevê? Desordenado.
__ Como eu queria uma previsão! - isso é tão classe média.
A angústia sob o futuro poderia ser neutra, mas ela tem uma cor berrante, encomoda os olhos. Não queria prever, mas ao mesmo tempo queria, só que esse querer traz medo, o que eu não queria.
Querer ou não querer? eis a questão.
Previsão- o querer- questão.
O que queremos?
Saber do futuro antes, para querer algo agora. A segurança da previsão. Futuro- antes- agora. Futuro, passado, presente. O que é o tempo quando não se prevê? Desordenado.
__ Como eu queria uma previsão! - isso é tão classe média.
domingo, 5 de agosto de 2007
Boa noite.
Queria comentar do seu cabelo, da florzinha no canto da orelha, mas já estava tarde e daí fica uma coisa de gente que não tem educação isso de, Me diz um segredo?
Só que esse silêncio da falta de continuidade me aperta. Interromper o que parecia já ter começado a sair me irrita. Empedir alguma coisa que tava pra acontecer. Ela já está acostumada com isso vai, eu sou assim e ela gosta. Senão ela não estaria com esse olhar de espera, doida pra saber o que estava pra ser dito. Posso dizer qualquer outra coisa, eu já a tenho.
Você não vai dizer nada? É dificil isso quando te pressionam, calma, é só falar qualquer coisa, só fingir que não é o caso, como que se faz pra não , sei lá, às vezes o problema, eu acho, sabe, que, às vezes, é , pode ser que não, mas às vezes, sabe , acho que o problema sou eu..
É, eu sei. Tudo isso em um segundo. Eu pareço um móbile de pensamentos em um furacão. Pra que tanto se no fim, eu sei, ela não vai resistir. Ela está tão debilitada, o amor pra ela não passa de uma palavra vermelha e distante. Desisto de toda a resistência só de ver esses olhinhos debilitados e sem esperança.
Hoje eu descobri que estou apaixonado por você. Só porque o céu passou do cinza para o azul. Foi uma boa sexta, as ruas estavam abertas e vazias, não havia mais jogo de paixão. Naquela rua de são nicolau. Eu acredito em são Nicolau, é um tipo diferente de papai noel. E quero que você acredite, não só nele. Pare de ter esse medo. O amor não é só vermelho, ele tem todas as cores. E você, combina tanto com ele... se você fosse uma cor, você seria todas. Você seria ele, o amor, pra mim.
Eu poderia escrever incontáveis versos sobre a sua hesitação, e poderia fazer ainda mais versos só sobre essa sua florzinha no canto da orelha.E ser tão piegas que nem eu mais conseguiria me aguentar. Queria ser piegas sem me recriminar. Sou tão piegas que a única coisa que eu quero nesse momento, não é nem consumar esse lance, é só assistir ao seu adormecer, ao momento em que seus olhinhos debilitados finalmente descansam de toda essa falta de esperança.
Posso ficar escutando esse ruído quieto que o silêncio faz quando nos esforçamos a escutá-lo - dizem que é o som dos espíritos, mas tem vezes que acho mesmo que são as antenas de telefonia móvel, um dia ainda vou ter câncer por causa disso.
Pronto, beijei. Acho que isso acabou dizendo tudo o que eu quis dizer. Que esses lábios pós-larica tenham algo a dizer. E que façam os olhos dela fecharem. Ela beija de olhos fechados. Talvez eu possa fazer com que ela veja pelo menos mais uma cor além do vermelho. Agora eu posso ter câncer, sei lá, pode acontecer qualquer coisa comigo. Só porque eu pude ter esse momento uma vez.
É bom ver cores de olhos fechados.
.Esse conto é fruto de um exercício dadaísta realizado por duas pessoas no que é considerado por mim o cúmulo de um diálogo pós-moderno: o msn.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Ao meu amigo.
Do novo amor
Você está diferente, mais sorridente...
E quando ri, o riso é mais largo.
Até aprendeu a dar abraço.
Você nunca teve talento pra bobo da corte,
Mas que tá bobo hein...
Eu sei que alguma coisa aconteceu...
Uma certa tempestade linda e carregada de energia
Caiu no teu mar
Agora que você gostou de fotografá-la, agora que você fotografou para a memória,
Não quer saber de outro porta-retrato que não seja o teu coração.
Moço sensível... meu amigo,
Que sejas muito feliz nessa nova aventura,
Você deve expandir teu ser humano que existe nessa criatura,
Mas sem perder a tua doçura...
Viva,
Pra depois contar,
O que não deixa de ser um viver.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Cores de uma vida (e pela eternidade...)
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu
Cecília Meireles
domingo, 22 de julho de 2007
Todos os Sentidos sentidos.
Na manhã de hoje, minha irmã caçula, em seus frescos dezesseis anos, ensinou-me algo interessante. Ensinou que nossos sentidos (quando os possuímos) funcionam por meio de um sistema individual de distribuição de atenção. Se você se pegar "hipnotizado" por alguma imagem (aquela famosa cara de paisagem...), por exemplo, todos os sons que a cercam não farão muito sentido para você, pois não estarão sendo "escutados", na verdade. Eles passarão a compor aquela imagem, como se os sons estivessem transformando-se em imagens, e não continuassem sendo sons. Se você prestar muita atenção ao gosto daquela comida que no momento você come, provavelmente você não terá precisão naquele mesmo instante a respeito do cheiro daquela comida. Você esquecerá do seu olfato durante aquele segundo de sabor.
Bem, claro que minha irmã se baseou em suas experiências e não em teses de doutorado. Mas não é que eu concordo com isso?
Comecei a tentar recordar alguma situação em que pude experimentar todos os sentidos ao mesmo tempo. Gostosa experiência seria essa. Ou não. Enfim, não consegui lembrar. Nada. " Será essa uma das cores sem nome? ". Daí indaguei se isso era possível. Biologicamente possível, digo.
Mas aí resolvi me dissociar do pensamento científico. Consegui lembrar uma resposta vinda de um amigo (sendo que essa resposta não se derivava de uma pergunta minha. Passou a ser resposta agora, somente.). Ele só estava discursando sobre o sentir. Lembro que em sua fala havia a palavra orgasmo.
Vejo uma cor de satisfação.
Bem, claro que minha irmã se baseou em suas experiências e não em teses de doutorado. Mas não é que eu concordo com isso?
Comecei a tentar recordar alguma situação em que pude experimentar todos os sentidos ao mesmo tempo. Gostosa experiência seria essa. Ou não. Enfim, não consegui lembrar. Nada. " Será essa uma das cores sem nome? ". Daí indaguei se isso era possível. Biologicamente possível, digo.
Mas aí resolvi me dissociar do pensamento científico. Consegui lembrar uma resposta vinda de um amigo (sendo que essa resposta não se derivava de uma pergunta minha. Passou a ser resposta agora, somente.). Ele só estava discursando sobre o sentir. Lembro que em sua fala havia a palavra orgasmo.
Vejo uma cor de satisfação.
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